Os detergentes para a lavagem de roupa são atualmente objetos de grande interesse público no Brasil, pois o consumo per capita do produto vem crescendo, assim como a conscientização dos impactos negativos causados ao meio ambiente por sua manufatura e uso. Impactos estes divulgados por inúmeros estudos acadêmicos.

Em resposta a esta preocupação social a indústria tem investido em produtos mais eficientes e com maior poder de limpeza, procurando satisfazer as expectativas dos consumidores, com produtos menos agressivos ao meio ambiente (Revista Espuma, outubro de 2012). Para isso tem se empenhado no inventário de ciclo de vida do detergente levando em consideração alguns indicadores ambientais relevantes como: o consumo energético e de água, o resíduo sólido gerado, o potencial de eutrofização de efluentes, de acidificação e de provocar mudanças climáticas.

Os ingredientes usados na formulação da composição de detergentes são escolhidos em função da disponibilidade de matérias primas, custo, características, finalidade de uso, hábito do consumidor, legislação local entre outros. O conhecimento dos hábitos, processos e condições de lavagem no país são fatores de fundamental importância para a formulação dos diversos produtos. Apesar das diferenças em formulação, ingredientes básicos, pertencentes a quatro grupos que contribuem de modo característico ao processo de lavagem, são incorporados: surfactantes (LAS, FAS, AE, sabão), agentes sequestradores (silicatos de sódio, tripolifosfato de sódio, policarboxilatos, zeólitos), alvejantes (perboratos, percarbonatos de sódio), e agentes auxiliares (branqueadores fluorescentes, Carboximetil Celulose – CMC).

Na manufatura do detergente dois tipos de contaminantes aéreos são frequentemente liberados: o material particulado (MP), consistindo principalmente de partícula de detergente e em menor concentração fosfatos, sulfatos e compostos minerais, provenientes das torres de secagem e dos processos de mistura e empacotamento; e os orgânicos voláteis vaporizados nos processos térmicos e com origem principal nos surfactantes (USEPA, AP-42). Alguns dos compostos orgânicos voláteis (COVs) identificados no setor de material de limpeza e higiene pessoal são: hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), hexano, metanol, tricloroetano, percloroetileno, benzeno e tolueno.

Os ingredientes do detergente também afetam a qualidade da água, principalmente no momento do uso pelo consumidor, quando boa parte do detergente é drenada e chega eventualmente aos corpos hídricos carreando principalmente matéria orgânica contendo fósforo e amônia. Estes últimos nutrientes importantes para os processos ecológicos, mas que em excesso, levam a eutrofização, ou seja, provocam o enriquecimento da água com nutrientes que favorecem a proliferação de algas tóxicas.

Neste contexto, se torna oportuno no Brasil a implantação do programa de reporte das emissões e transferências de poluentes (RETP) pelo Ministério do Meio Ambiente, ferramenta de uso internacional, que obriga ao levantamento, tratamento, acesso e divulgação pública de dados e informações sobre emissões e transferências de substâncias poluentes constantes de lista oficial e presentes em atividades produtivas que causam ou têm o potencial de causar impactos maléficos, para os compartimentos ambientais, ar, água e solo. O RETP constitui uma ferramenta chave para governantes tomarem decisões relativas ao gerenciamento da poluição, para o setor industrial implementar ações para produção mais limpa e para comunidades obterem informações sobre a saúde ambiental.

A Lisam EcoAdvisor Systems licencia as plataformas de tecnologia da Lisam (ExESS, Publichem, Wikichemia) na América Latina e oferece suporte regulatório, em segurança química, meio ambiente e toxicologia, com equipe de doutores, mestres e especialistas, das áreas de Engenharia Ambiental e de Segurança, Ecologia, (Eco) toxicologia, Economia, Limnologia, Oceanografia, Química, Saúde Ambiental, Saúde Ocupacional e Toxicologia. Realizamos e orientamos a implantação de programa para levantamento, tratamento e divulgação de emissões e transferências de poluentes para atendimento do RETP, no “Relatório Anual de Atividades Potencialmente Poluidoras do Cadastro Técnico Federal” do Ibama. – Saiba Mais